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A Flecha da Atenção: A Visão da Consciência como Ferramenta

Atualizado: 11 de abr.



A consciência é um dos fenómenos mais complexos e intrigantes da experiência humana. Envolve a capacidade de perceber, sentir, pensar e estar ciente de si mesmo e do ambiente ao redor. É a qualidade que nos permite experimentar a vida de forma subjectiva e estar presentes nas nossas próprias experiências.


A CONSCIÊNCIA COMO MENTE UNIVERSAL


A definição de consciência como mente universal é comummente associada a algumas tradições filosóficas e espirituais, particularmente aquelas que exploram conceitos de não dualidade e interconexão entre todos os seres e coisas.


Nessa perspectiva, a consciência é vista como uma força ou princípio fundamental que permeia todo o universo, conectando todas as formas de vida e manifestações de energia. Em vez de ser uma propriedade exclusiva dos seres humanos ou de outras formas de vida consciente, a consciência é considerada como algo mais amplo e universal, presente em todas as coisas, desde partículas subatômicas até sistemas estelares inteiros.


A compreensão da consciência como mente universal sugere que todas as formas de existência estão interligadas por meio de uma rede intrincada de consciência, que transcende as fronteiras do tempo, do espaço e da individualidade, como os novos paradigmas da física quântica nos explica. É como se todas as formas de vida fossem expressões ou manifestações de uma única e indivisível consciência cósmica.


Esta perspectiva pode ser encontrada em várias tradições espirituais, incluindo o hinduísmo, o budismo, o taoísmo e outras filosofias esotéricas. Embora as interpretações e conceitos específicos possam variar entre essas tradições, todas elas compartilham uma visão fundamental de que a consciência é uma força criativa e unificadora que permeia toda a realidade.


A MENTE INDIVIDUAL


A mente individual é o conjunto de processos mentais e caminhos neurais que foram construindo uma estrutura ao longo do tempo, reforçando essas ligações através das experiências individuais. Os processos mentais que constituem a mente desenvolvem-se através da interação complexa entre factores genéticos, biológicos, ambientais, sociais e experiências individuais ao longo da vida. A mente é o resultado desse desenvolvimento contínuo.


Desde a gestação até a idade adulta, o cérebro passa por um processo dinâmico de desenvolvimento, no qual ocorrem a proliferação de células neurais, a formação de sinapses e a mielinização. Esses processos contribuem para a estrutura e funcionamento do cérebro, dando origem aos circuitos neurais que sustentam os processos mentais.


Além disso, o ambiente em que uma pessoa vive desempenha um papel significativo nesse desenvolvimento. Experiências de infância, educação, interações sociais, estímulos cognitivos e exposição a diferentes culturas e contextos influenciam a forma como os caminhos neurais são formados e como os processos mentais se manifestam.


Assim, a mente individual é o resultado da interação dinâmica entre influências genéticas, biológicas, ambientais, sociais e experiências individuais. Ela representa a estrutura complexa e multifacetada dos processos mentais e caminhos neurais que sustentam a consciência no corpo físico e a experiência humana.


A MENTE INDIVIDUAL E O MEDO


Já definimos mente como o conjunto de processos mentais cristalizados pelas influências diversas do nosso ambiente e genética. A formação da mente nasce da necessidade de sobrevivência, o que nos permite dizer que toda a estrutura da nossa mente é fundada no medo primordial da morte de onde se originam todos os outros medos. Se assim é, quando um pensamento surge na nossa mente, é o nosso medo a falar. E quando respondemos a esse pensamento - porque normalmente este expressa-se como dúvida - estamos a conversar com o nosso medo. A chamada racionalização nada mais é que a explicação do nosso medo da nossa situação actual e o apontar de problemas fictícios que não existem no agora. A mente raramente está presente no agora, tira-nos sempre dele, remetendo-nos para o passado ou futuro, produzindo estados de consciência melancólicos ou ansiosos.


Para entendermos verdadeiramente a natureza da mente e da consciência, precisamos transcender a identificação com os padrões de pensamento e emoção que normalmente dominam a nossa experiência.

Podemos desenvolver a habilidade de observar os nossos pensamentos, emoções e sensações corporais com uma consciência desapegada. Isso permite-nos reconhecer que não somos limitados pelas nossas experiências mentais e que há uma consciência mais profunda e essencial que é o nosso verdadeiro EU.


A ATENÇÃO


A atenção é um processo cognitivo que nos permite selecionar, concentrar e focalizar a nossa consciência em estímulos específicos. É a capacidade de direcionar os nossos recursos mentais para determinadas informações, pensamentos ou experiências, enquanto suprimimos outras.


A atenção é essencial para a percepção, aprendizado, memória, tomada de decisões e desempenho em tarefas cognitivas e motoras. Ela pode ser dividida em diferentes tipos, como atenção seletiva (focar em um estímulo específico), atenção sustentada (manter o foco ao longo do tempo) e atenção dividida (lidar com múltiplas tarefas simultaneamente).


ATENÇÃO PASSIVA E ACTIVA


A atenção passiva ocorre quando estamos expostos a estímulos externos ou internos sem um esforço consciente ou intencional de direcionar a nossa atenção para algo específico. Nesse estado, estamos receptivos aos estímulos que nos cercam mas não estamos activamente envolvidos em processos de seleção ou filtro. A atenção passiva pode ser comparada a um estado de receptividade ou absorção sensorial.


Por outro lado, a atenção ativa envolve um esforço consciente e intencional para direcionar a nossa atenção para um estímulo específico ou uma tarefa em particular. Na atenção ativa, estamos envolvidos num processos de seleção, concentração e foco numa atividade específica, enquanto ignoramos ou suprimimos outras informações que podem ser distractivas.


A atenção é, de fato, um recurso valioso e influente nas nossas vidas. Estamos constantemente cercados por estímulos que competem pela nossa atenção, sejam eles políticos, comerciais, relacionais ou pessoais. A forma como direcionamos a nossa atenção determina à partida como percebemos e respondemos ao mundo ao nosso redor.


A invasão constante da nossa atenção por várias fontes pode, de facto, limitar a nossa capacidade de tomar decisões conscientes e autónomas em alguns casos.


A gestão eficaz da atenção é uma habilidade que pode ser desenvolvida ao longo do tempo, mas muitas vezes não recebemos educação formal ou treino específico sobre como o fazer. Desde tenra idade somos constantemente bombardeados por estímulos externos que competem pela nossa atenção, e muitas vezes não somos ensinados a filtrar ou priorizar esses estímulos de maneira consciente.


A falta de habilidade sobre como gerenciar a nossa atenção pode resultar em distração, falta de foco e dificuldade em concentrar-se em tarefas importantes ou significativas e a decisões que nos farão arrepender no futuro.


É verdade que mudar padrões de atenção enraizados pode ser um desafio, especialmente numa cultura que valoriza a multitarefa e a constante estimulação. Somos constantemente expostos a influências e estímulos que podem moldar nossas percepções, preferências e comportamentos desde muito cedo. Isso pode incluir mensagens culturais, expectativas sociais, media, publicidade e outras formas de influência externa que podem impactar nossa maneira de pensar e agir.


A ATENÇÃO COMO A VISÃO DA CONSCIÊNCIA


Assim como a visão nos permite direcionar a nossa atenção para objetos específicos no nosso campo visual, a atenção permite-nos direcionar a nossa consciência para aspectos específicos da nossa experiência. Podemos pensar na atenção como a visão da consciência, permitindo-nos focar em certos aspectos de nossa experiência enquanto ignoramos outros.


Da mesma forma que podemos escolher para onde queremos dirigir o nosso olhar num ambiente visual, podemos escolher em que aspectos da nossa experiência queremos focar a nossa atenção. Por exemplo, podemos direcionar a nossa atenção para uma conversa significativa, uma tarefa desafiadora ou uma sensação corporal relaxante, enquanto deixamos de lado distrações ou preocupações irrelevantes.


Assim como a visão nos permite explorar e compreender o mundo ao nosso redor, a atenção permite-nos explorar e compreender a nossa própria experiência interna e externa. Ela capacita-nos a participar activamente na vida, fazer escolhas conscientes e responder de maneira adaptativa às exigências do ambiente.


A atenção pode ser percebida como a lente através da qual percebemos e interagimos com o mundo, moldando a nossa experiência consciente e influenciando a nossa compreensão de nós mesmos e do ambiente ao nosso redor.


A ATENÇÃO COMO FERRAMENTA QUÂNTICA HUMANA


A gestão do foco da nossa atenção é o nosso instrumento quântico e a ferramenta da nossa consciência que podemos e devemos usar, para o nosso bem.


Quando o ponto de atenção está dentro da mente individual, esta serve como moldura na interpretação do que é observado, poluindo a observação com julgamento, preconceitos, crenças e padrões.


Quando o ponto de atenção se desloca para fora da mente individual, já consegue abarcar mais pois já não tem moldura que a limite e conecta-se com a mente universal que compõe também o nosso Eu.


Ao sairmos da mente individual e adotarmos uma perspectiva de observador imparcial, podemos ter revelações sobre a natureza transitória e condicionada dos pensamentos e emoções. Isso liberta-nos da identificação com as histórias que contamos a nós mesmos e permite-nos viver com mais liberdade e autenticidade.


Se a flecha é a nossa atenção, a flecha em movimento forte e apontado ao alvo é a atenção activa. Se o alvo é a realidade invisível, quântica e suprema, alcançaremos o estado de consciência de presença, com uma visão aérea sobe nós mesmos, os nossos pensamentos e emoções, como se não nos pertencessem.


Resumindo, para vivermos fora do medo e sem ele, a capacidade de observar a si mesmo e atingir o estado de consciência de presença é essencial. Essa é a flecha que acertou o centro do alvo.



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